Os Tretas
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Quem sou

Um nome não nos define. Por isso os nomes não são importantes.

Quem nós somos é definido por aquilo que fazemos. Pelas nossas ações, pela forma como lidamos com os que nos rodeiam. Para perceberem um pouco de quem eu sou, deixo-vos a minha história. Não sou mais nem menos que ninguém e a minha história é tão interessante quanto a importância que cada um lhe dá. Para mim é importante. É a minha história, aquilo que fez de mim aquilo que sou hoje e que ainda está muito incompleta.

As primeiras conquistas

Não nasci em "berço de oiro", mas sim numa família perfeitamente normal que sempre zelou pelo meu bem-estar e nunca deixou que nada me faltasse. No entanto, nunca me foi dado o que queria, apenas o que necessitava. Desde muito novo que fui habituado a lutar por aquilo que queria. 
Fosse a minha primeira bicicleta (levei 6 meses a juntar todo o dinheiro que conseguia para a comprar). Ainda hoje, passados mais de 20 anos a tenho e continuo a zelar pela mesma. Foi o alcançar de um objectivo e que teve uma importância fulcral na definição da minha pessoa. Mostrou-me que mesmo contra as adversidades, só dependia de mim singrar. Logo após, sempre que queria algo, não pedia aos meus pais. Trabalhava, juntava dinheiro e quando tinha suficiente "informava os meus pais". Lembro-me perfeitamente de querer uma TV para o quarto. Fui às minhas poupanças, vi que tinha (na altura) 30 contos. Fui ter com o meu pai, perguntei se ele estava ocupado. Ele respondeu que não. Perguntei se me podia levar ao Jumbo (único supermercado próxima na altura) e comprei a minha TV. 

Aos 17 anos, trabalhei todo o verão e dei o dinheiro aos meus pais, que o utilizaram para me pagar uma viagem a Paris. A minha primeira saída oficial do país. Uma experiência inesquecível. Aos 18, por ter sido sempre um aluno consistente, com boas notas, ofereceram-me a carta de condução. Ingressei na Faculdade e desde o primeiro ano, trabalhei e estudei ao mesmo tempo. Dividindo o meu tempo entre trabalho, faculdade, namorada, família, etc. Como me encontrava numa faculdade privada, pagava eu estes custos.

Comecei a deslocar-me usando o velhinho Renault 5 do meu avô que me obrigou a alguns empurrões para andar. Mas lá me levava ao trabalho e à faculdade. Aos 20 anos, farto de empurrar o carro, decidi comprar o meu primeiro carro. Fiz um acordo com os meus avós. Eles emprestaram-me o dinheiro para o mesmo e eu pagava-lhes de volta todos os meses. Foram 10.250€, mas tinha o meu seat Ibiza 1.9 TDI Full Extras! 

Uma experiência inesquecível

Em 2004, a meio do meu 3º ano de curso, deparei-me com um anúncio que pedia voluntários para o Euro2004. Como adoro desafios, inscrevi-me de imediato. Fiz uma formação e vi aqui uma oportunidade para ter uma experiência diferente. Ver uns jogos "à pala" e ainda ganhar uns troquitos com isso. Havia várias funções disponíveis para escolha mas todas elas tinham requisitos e exigiam mais disponibilidade de tempo. Mas não deixei que isso me impedisse e na altura de colocar as 3 opções preferenciais, escolhi as melhores. Em último caso, iria dar assistência nos estádios em dia de jogo o que por si só já era uma experiência e tanto. Como na altura estava a terminar o 3º ano do curso e tinha um emprego em part-time, não podia estar a dispender mais do que umas horas.

E é então que a chamada telefónica chega. Informando-me que tinha sido selecionado para o melhor lugar possível - acompanhar uma seleção 24 horas por dia. Neste caso a Dinamarca. Era uma quinta-feira e fui informado que no domingo seguinte teria que estar no Hotel Penina de Alvor, no Algarve, o centro de estágio da seleção dinamarquesa. Mas eu tinha um emprego e preparava-me para passar a Full Time. O meu chefe estava contente com o meu trabalho e as perspectivas eram boas. O que fazer? 
A resposta foi relativamente simples e rápida - "Vamos embora! Não vou desperdiçar esta oportunidade. Trabalhos há muitos. Depois do Euro logo se vê!" E assim foi. Despedi-me nesse mesmo dia, fui trabalhar no dia seguinte para não deixar os meus colegas na mão e no sábado preparei as malas. Domingo estava no Algarve e assim vivi 3 semanas absolutamente inesquecíveis, cansativas, com muitos km`s a conduzir, mas com todas as mordomias que um evento destes nos proporciona. Camarotes VIP nos jogos, hóteis de 5 estrelas pelo país fora, restaurantes do melhor, contacto com pessoas que só estamos habituados a ver na TV e uma experiência em particular que gosto sempre de mencionar: escolta policial a "obrigar-nos " a conduzir em alta velocidade na auto-estrada! #yolo

No final, mesmo tendo todas as despesas pagas, a UEFA ainda nos atribuiu "ajudas de custo" que no total equivaliam a 3 meses de ordenado no anterior emprego!

Devido a esta situação, fui obrigado a não frequentar a última semana do curso, mas dado o motivo, fui dispensado das aulas e incentivado a aproveitar. A melhor parte foi o ter sido dispensado de uma prova oral a uma disciplina onde só tinha assistido a 2 ou 3 aulas durante todo o ano! (stay in school, kids!)

Acabado o Euro, era altura de arranjar novo trabalho. Logo em Agosto desse ano comecei a trabalhar num empresa onde não tinha horário e ganhava à comissão.

Um passo em frente, dois atrás

,Em 2005 acabei o curso. Desde logo disse a mim mesmo que não iria ficar a trabalhar 8h por dia num escritório e então decidi não trabalhar na área. Queria era ter o meu próprio negócio e ser dono de mim mesmo.

Continuei no emprego onde estava há um ano e onde tinha vários benefícios. Ganhava mais do que a trabalhar na minha área, não tinha horário de trabalho e mês sim mês não, tinha 1 a 2 semanas de férias. Ou seja, estava muito bem! Embora sem perspectivas de futuro o que não era, de todo, o que eu pretendia.

Em 2006 decidi abrir um franchising. Juntamente com mais dois sócios abrimos um negócio que logo desde o início representou um investimento considerável. Mas a coisa não correu muito bem. Fui deixado a gerir o mesmo sozinho até que cheguei ao ponto de não aguentar mais, pois ao mesmo tempo tinha arranjado um outro trabalho para ajudar nas despesas. Decidi cortar o mal pela raiz e recomeçar. Vendi o negócio e fiquei com um prejuízo considerável, mas arregacei as mangas e segui em frente. 

O recomeço

Naquela altura, cheguei a ter 5 empregos em simultâneo. Saía de casa de manhã e chegava muito tarde. Trabalhava como empregado de bar, Assistente de no aeroporto, professor de inglês, analista de mercado e aos fins de semana tinha um negócio de desportos radicais criado com um amigo.

Ainda assim, tinha tempo para me divertir e ir namorando!

Devido a umas mudanças no aeroporto, fiz parte dos dispensados. Surgiu então a oportunidade de ir trabalhar para a TAP como tripulante de bordo. Decidi inscrever-me. Fui chamado para entrevista em Lisboa. Desloquei-me lá mas não fui selecionado. No entanto, à saída comentei com a minha namorada na altura (esposa hoje): "Acho que me vou mudar para Lisboa. Preciso de mudar de ares e aqui talvez tenha mais oportunidades". Nesse mesmo momento agarrei no telefone e liguei à minha entidade patronal (do bar) e perguntei se havia alguma vaga numa das lojas em Lisboa. Informaram-me que sim e que por acaso até estavam a precisar de um gerente de loja em Almada e que eu seria perfeito para o lugar. Disse que podiam contar comigo e quando me poderia mudar.

No final desse mesmo mês já vivia eu em Almada e iniciava uma nova aventura num local completamente diferente e longe de tudo. A minha namorada arranjou também emprego e 3 semanas mais tarde juntou-se a mim. Alugamos um T1 e partimos à aventura.
Mudei-me para o Montijo apenas uns meses mais tarde para uma casa maior e mais próxima do trabalho da minha companheira.

O passado sempre presente

Mas nem tudo era um mar de rosas. Vivíamos no limite. O custo de vida era mais caro no sul e ainda tinha por resolver os problemas causados pelo negócio falhado. Havia uma dívida a pagar e isso consumia tudo aquilo que se ganhava. Tinha que haver uma forma melhor.

Como a minha companheira trabalhava num operador turístico, conseguimos ir de férias para o México pagando apenas uns míseros 80€ de taxas aeroportuárias. Uma semana inesquecível. Mas também foi lá que conheci o namorado da colega da minha namorada que na altura tinha uma empresa de energias renováveis e sendo esta uma área que me fascina, ouvi as histórias, fiz perguntas e isso despertou-me o interesse pela área.

Umas semanas após chegarmos de férias, recebo um telefonema com uma proposta de trabalho deste novo amigo. A empresa deste encontrava-se a construir um parque eólico na Turquia e precisava de alguém como eu para o escritório no local. Despesas todas pagas, ordenado interessante. Recusei. Não me via a deixar para trás a minha namorada, sozinha em Lisboa e ausentar-me por períodos de 30 a 45 dias.

Não foi uma decisão fácil de tomar, mas após conversar com várias pessoas e recolher opiniões, decidi não aceitar.
No entanto, o passado perseguia-me e as coisas não estavam fáceis. Passaram-se vários meses e chegamos à dura constatação que afinal deveria ter aproveitado a oferta que me foi feita. Peguei no telefone e perguntei se havia alguma oportunidade para mim (obviamente que a posição que me tinha sido oferecida não estava mais disponível). Foi-me dito que sim e que poderia viajar nas próximas semanas. Tratei de me despedir do atual emprego. O facto de eu notar que a empresa onde trabalhava no momento estava a passar por dificuldades também ajudou nesta decisão de mudar.

Fui para a Turquia por um mês. Depois Escócia por 3 meses até ao Natal. Fiz manutenção num parque eólico em Portugal de seguida. Em Fevereiro do ano seguinte fui para Itália por mais 2 meses. Regressei e fui para a Escócia por mais 2 meses e para a Irlanda por 4 meses. Casei nesta altura e decidi que não queria mais ausentar-me do país e que por este motivo me iria despedir e voltar para o Norte, para perto da família.

O meu patrão não deixou que tal acontecesse e fez-me a proposta de ficar a trabalhar nos escritórios da empresa perto de casa. Ganhava ligeiramente menos que fora do país, mas bastante acima da média nacional. Não hesitei e disse que aceitava. A minha esposa não estava assim tão contente. E como ela tinha razão.

Mais um passo em falso

Ao início tudo parecia perfeito. Vivia em frente ao mar, na Ericeira, trabalhava numa empresa que gostava, ganhava bem e havia cada vez mais ideias para novos projetos. Mas depressa comecei a perceber que as coisas poderiam não ser bem assim. Fui descobrindo coisas que não gostava. Maneiras de trabalhar que não me agradavam nem eram as mais honestas. Os ordenados começaram a falhar. Comecei a ter quase que "implorar" para que me fosse dado algum dinheiro. Estava novamente num espiral descendente. Não podia, de todo, piorar a minha situação. Tudo o que eu queria era melhorar a minha vida e não piorar.

Entretanto a minha esposa fica grávida. Com a alegria da notícia, chegou também a preocupação pela situação em que estávamos. Procurei de todas as formas encontrar uma solução. Procurei outro emprego mas, ou não havia nada próximo que eu pudesse aproveitar ou tinha experiência a mais. Tinha que me mudar para uma zona mais próxima da capital. Fui a entrevistas, mas nada surgia.

O dia em que tudo muda

28 de novembro de 2011 - o dia em que tudo muda. 

​Estava eu e a minha esposa a jantar com um amigo que tinha parado para nos visitar quando as contrações começam. Apressamo-nos a terminar o jantar e fomos para casa. As contrações aumentavam e era chegada a hora de ir para o hospital. O carro estava sem combustível suficiente para lá chegar e eu nem 1€ tinha comigo. Liguei ao meu patrão e disse-lhe que precisava pelo menos de 5€ para combustível pois a minha esposa encontrava-se em trabalho de parto. Este chegou lá a casa com um carro que me cedeu para ir para o hospital. Começava a preocupar-me pois o meu filho estava a chegar e eu nesta situação de desespero.
Já no hospital, fomos informados que o parto poderia ocorrer a qualquer momento e que para isso a minha esposa iria lá passar a noite sob vigilância e que eu poderia retornar de manhã ou caso o parto se iniciasse. A enfermeira pediu-me para ir à máquina de vending e comprar uma garrafa de água para a minha esposa ter ao lado da cama durante a noite. Eu disse que sim e deixei a enfermeira ir-se embora. Então disse à minha esposa "eu não tenho sequer os 50 cêntimos que custa a garrafa de água". Ela respondeu-me: "Não te preocupes. Eu peço um copo de água". Despedi-me e saí do hospital. Ao chegar ao carro, fui atingido pela dura realidade. 50 cêntimos. Eu não tinha sequer 50 cêntimos para comprar água para a minha esposa na hora do parto. O momento mais emocionante da minha vida estava a tornar-se um pesadelo. Vieram-me as lágrimas ao olhos. Respirei fundo, ergui a cabeça e disse em voz alta para mim mesmo: CHEGA!

O recomeço

3 meses após o nascimento do meu filho e após esgotadas todas as possibilidades de emprego e de arrendar uma casa mais próxima da cidade (qualidade fraca e custo alto), virei-me para a minha esposa e disse: vamos voltar para o Norte. Ela sorriu, como quem ouve a melhor notícia do mundo e anuiu!
Tratei de me despedir, preparar a mudança, organizar tudo e um mês mais tarde, deixamos para trás tudo o que tínhamos tentado construir e partimos para recomeçar do zero. Tudo o que eu tinha tentado construir não passava de uma castelo na areia. Vinha uma onda e este desaparecia. Eu queria construir o meu castelo em terra firme, com tijolo e cimento e não era ali que isso iria acontecer.
Um amigo deu-me emprego na empresa dele logo no dia seguinte à minha chegada, mas devido a dificuldades financeiras da mesma, não tinha como me manter lá. Passados 3 meses estava de novo desempregado. Uma semana após estar em casa, fui chamado para trabalhar numa Rent-a-car. E por lá fiquei durante cerca de 3 anos até começarem a surgir problemas com a gerência. O meu patrão chamou-me e informou-me que se preparava para me oferecer o cargo de gerente da sucursal. Não era algo que eu visse com bons olhos por variadíssimos motivos.

Hoje.

Sempre procurei novos desafios. Sempre agarrei todas as oportunidades e nunca disse que não, excepto em poucas e raras ocasiões. Mas sempre tive um objectivo - independência financeira aos 40 anos. E esse objectivo mantém-se inalterado há anos. Porquê aos 40 anos? Porque ainda quero aproveitar a vida. Continuarei a trabalhar até morrer. Até porque não consigo estar parado. Mas quero fazer algo que goste.
Quero acompanhar o crescimento do meu filho e quem sabe de mais algum que possa surgir. Quero dar à minha esposa a oportunidade de poder "respirar um pouco", pois ela merece por tudo o que tem passado ao meu lado e nunca me ter abandonado, mesmo quando as dificuldades provêm de riscos que corri num passado do qual ela ela ainda não fazia parte.
Estive cerca de 3 anos por minha conta. Entre trabalhos de design, investimentos, estudos de mercado e uma grande panóplia de "biscates", fui sempre mantendo-me ocupado. O tempo permitia-me estar livre para encontrar algum part-time ou mesmo full-time, o que ajuda ainda mais nas despesas mensais.
Tenho um defeito (ou talvez não seja) - gosto de aprender sobre TUDO. Adoro desafios e procuro constantemente "aquilo" que me fará sentir realizado. Todos os dias procuro novas oportunidades, novas formas de crescer, de aprender. De contribuir ativamente em prol de um bem comum.
Se tenho medo de recomeçar? Não. Já o fiz e fá-lo-ei as vezes que forem necessárias. Desistir é palavra que não conheço.
Sinto-me realizado? Ainda não. Pelo menos profissionalmente. Mas acredito estar no bom caminho. Ainda há muito por fazer, ainda há muitos caminhos por descobrir. Ainda há muita coisa que quero fazer.

Adoro passear com a minha família, poder ser um pai presente. Estar presente naqueles momentos que fazem toda a diferença. Poder levar o meu filho à escola, poder levá-lo à natação e ir à escola no Dia do Pai, à Festa de Natal, aos passeios.

Ainda há restícios do passado, mas eu não olho para eles como pedras no sapato, mas sim como lembretes na minha testa a relembrar-me quem eu sou, como superei as mais diversas adversidades e como cheguei onde estou hoje. Este caminho da vida faz-se percorrendo, dia a dia, os caminhos que escolhemos, superar os obstáculos que encontramos e acima de tudo, nunca ter vergonha do que fomos, do que somos e de quem queremos ser. 

Como todo e qualquer ser humano, tenho defeitos. E não sou poucos. Tenho mau feitio. Quem priva comigo mais de perto sabe que nos primeiros 30 minutos após acordar, nada nem ninguém me deve abordar, sob pena de levar com uma má resposta e isto, se levar uma resposta de todo. Não funciono bem com demasiados planeamentos, estou habituado ao tipicamente português "desenrascanço".
Sou impulsivo e sem medos. Literalmente. Ainda não descobri nada neste mundo que me meta medo. 
Quem me conhece e convive comigo no meu dia a dia, conhece uma pessoa que está sempre maioritariamente bem disposta, sempre pronto para a brincadeira, que não dispensa uma oportunidade para uma boa gargalhada ou uma boa conversa. Socialmente sou muito falador mas no meu foro mais privado sou bastante reservado. Não partilho o que atormenta, o que me fere, as preocupações. Guardo tudo, pois não quero magoar os que me são próximos. Já por várias vezes sofri em silêncio para não magoar outros. Prefiro prejudicar-me a mim próprio que aos outros, o que não é uma boa prática.
Sou altruísta. Até demasiado. Foi algo que tive que mudar em mim. Pensava sempre primeiro nos outros e só depois em mim próprio. Já cheguei a estar em situações de aperto financeiro em que o único dinheiro que tinha era para comer e ter um amigo com ainda mesmo. Passei (literalmente) fome nesse dia para lhe dar a ele. Nunca lhe disse, nem nunca o faria. O que damos, eventualmente recebemos em troco mais tarde de outras formas.

Não tenho muitos amigos. Daqueles que podemos chamar verdadeiramente de amigos. Ao longo da vida tive poucos, mas bons. E são nos maus momentos que verdadeiramente conhecemos aqueles que o são. Tive prova disso várias vezes. Talvez por isso me tenha tornado muito mais selectivo. Estou rodeado de muita gente de quem gosto, por quem nutro um carinho especial e quanto mais os(as) "maltrato", maior é o carinho que sinto por elas. Quem me conhece verdadeiramente sabe que pode contar sempre comigo pois dificilmente sei dizer não. 

Gosto muito de ler, de escrever. Comecei há alguns meses a escrever o meu primeiro livro. Ainda não tive oportunidade de avançar muito pois o tempo torna-se pouco e a criatividade nem sempre está presente. Mas tenciono terminá-lo em breve. Será a realização de um objectivo de vida. Mais um que posso riscar da longa lista.
Gosto de heavy metal. Odeio hip-hop, tudo o que sejam "músicas da moda". Nada contra quem as ouve, mas por favor, não obriguem os meus ouvidos a tamanhas torturas. Adoro adrenalina. Se é para saltar de um avião de paraquedas, contem comigo (já o fiz duas vezes e quero voltar a fazê-lo).

Não sou nada vaidoso. Odeio comprar roupa ou calçado. Só compro calçado novo quando o par que tenho se rompe. Compro roupa quando a minha mãe (que é costureira) me diz que as calças que lhe levei para arranjar pela terceira ou quarta vez já não têm salvação. Se não fosse a minha esposa, mãe e irmã a oferecerem e literalmente obrigarem-me a comprar roupa, eu andava sempre de calções e t-shirt!

Adoro cozinhar. Tenho 3 cursos de culinária e sou viciado no 24Ktichen! Além disso, adoro comer. Sou guloso e não resisto a doces. Engordo facilmente 5kg numas férias onde tenha sempre comida à disposição!
​
No fundo, não sou diferente nem igual a mais ninguém. Sou apenas eu. Nunca fui muito de expor a minha vida e nunca como o fiz neste texto. Mas olho para isto como uma espécie de memoires, uma breve descrição daquilo que sou e um lembrete dos momentos mais marcantes, seja pela positiva ou pela negativa. Por vezes esquecemos-nos daquilo pelo que passamos e que coisas quase insignificantes têm um impacto tremendo. A título de exemplo, nunca esquecerei que as palavras, por mais insignificantes que possam ser, ditas no momento errado podem ser devastadoras. No meu caso, isso ocorreu com a simples frase "livra-te de me estragares as férias". Quem o disse sabe perfeitamente o que isso significou para mim. Isso ensinou-me uma valiosa lição: podemos estar mal, mas não sabemos se a pessoa que está ao nosso lado não está pior. Essa pessoa, a partir desse dia deixou de fazer parte da minha vida. Eu na altura não o reconheci mas olhando para trás, é essa a conclusão que tiro.

Ao ler tudo isto, fico com a sensação que a minha vida teve mais tristezas que momentos felizes, o que não corresponde à realidade. No meio de tudo o que foi negativo, tive tantas alegrias, tantas aventuras, conheci gente tão interessante, tive experiências que nunca imaginaria ter, vi coisas que nunca pensei ser possível. São tantas, mas tantas histórias, pessoas e momentos que quando penso em alguns sorrio e desejava ter a oportunidade de reviver. Já por várias vezes pensei em escrever, apenas para mim próprio, tudo o que me vou lembrando da minha vida. É tão bom recordar. É tão bom olharmos para trás e pensar: "Se morresse agora, morria com o sentimento de que vivi a minha vida o melhor que pude e tirei o maior partido possível da mesma". Mas ainda é cedo. Não porque tenha medo da morte, mas sim porque não quero deixar este mundo de forma banal. Quero que os meus últimos momentos sejam épicos! Que a minha morte seja espetacular, tipo saltar de parquedas de um avião e este não abrir! :D Mas não para já. Ainda tenho muitos sonhos por concretizar.

Bom, isso já está a ficar demasiado longo....

Fica muito por contar, mas acho que isso vou guardar só para mim.

​Este sou eu. Este serei eu! Sem tretas!
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