Os tretas. |
É um facto que amo a minha cidade. Não a trocaria por nenhuma outra e para mim é, de facto, a melhor cidade do mundo! Há tanto que se pode dizer sobre esta cidade que muitas seriam as linhas utilizadas. Mas hoje não vou criticar o qu está bem ou o que está mal. Ao invés, pretendo focar-me em apenas aspectos que podem (e devem) ser melhorados na cidade. Há coisas que estão bem mas podem melhorar e outras que precisam da intervenção e do punho de uma pessoa forte no exercício das suas responsabilidades para com a cidade. Recentemente, assisti com interesse e atenção ao debate promovido pela RTP com todos os candidatos à Câmara Municipal do Porto e vi-os debruçarem-se sobre alguns dos aspectos que necessitam melhoria da cidade. A minha dúvida é se essas prioridades se manterão após as eleições. Cansados de falsas promessas estamos todos nós. HABITAÇÃO Existe um problema sério de habitação que se não for trabalhado, poderá fazer com o Porto se torne no mesmo que muitas cidades europeias - perda de identidade, cultura, das suas gentes. Algo que um estrangeiro a viver agora no Porto me disse recentemente foi que o motivo da sua escolha, além de muitos outros tinha sido também pelo facto de poder andar pela cidade e cruzar-se com locais. Ir tomar um café e ver o estabelecimento ainda frequentado por habitantes locais e ver que a cidade está viva, é afável e convidativa. Mas isso poderá mudar se não foram criadas condições para a fixação das pessoas no centro da cidade. Eu próprio sofri na pele com isso. O meu senhorio optou por não renovar o contrato de arrendamento para assim poder dobrar o preço da mesma habitação. Mudei-me. Mas mudei-me na mesma para o centro. Não consigo deixar esta cidade. É certo que pago mais, mas pesando todos os inconvenientes de sair da cidade, acabava por não me compensar. Defendo a criação de medidas para combater a saída das pessoas da cidade. Uma delas, a aplicação da tão falada taxa turística a reverter totalmente para a reabilitação de edifícios com rendas controladas e a serem disponibilizadas a famílias que se pretendam fixar no centro da cidade. Outra forma seria a de incentivar os senhorios a arrendarem a locais, através de isenções de IMI, benefícios fiscais, etc. Não sou a favor de penalizar o alojamento local. Este é responsável por uma grande fatia de empregos diretos e indiretos, assim como contribuí bastante para o desenvolvimento económico. No entanto, sou a favor de mais fiscalização desta unidades e a sua devida legalização. TRÂNSITO Um dos grandes problemas da cidade. Em determinados horários e artérias é o caos. Além disso, o estacionamento abusivo pela falta de lugares por toda a cidade, revela os insucessos durante todos estes anos para retirar os veículos automóveis do centro da cidade. Há mais de um ano que não possuo viatura particular. Como morador no centro da cidade, desloco-me a pé ou de metro para qualquer ponto que necessite. A minha esposa vai a pé para o trabalho e a escola do meu filho encontra-se a uns escassos 400-500 metros de casa. Sou privilegiado? Talvez. Mas lembram-se quando referi que havia vários motivos para optar por não sair da cidade? Este é um deles. Não ter necessidade de ter carro, poupando assim nas despesas que decorrem do mesmo. Ok. Sei que há gente de fora que necessita de se deslocar diariamente ou frequentemente para o centro da cidade. Também sei que muitos não têm transportes públicos desde a sua área de residência. Mas sejamos francos, grande parte das pessoas é comodista. É tão mais fácil entrar no carrinho de manhã e conduzir até à porta do trabalho. Creio que é aqui mesmo que se deve começar - mudar mentalidades. Incentivar o uso dos transportes públicos. Mesmo que saiam de carro de casa, deixem-no num dos muitos parques gratuitos numa estação de metro. Não entupam a cidade. Não estraguem o ambiente da cidade. Não façam barulho nas nossas ruas. O problema não se resolve com a criação de mais estacionamento. Não se resolve com constantes multas e parquímetros por toda a cidade. Os principais prejudicados pelos parquímetros são os próprios moradores e não os de fora.
As ciclovias NÃO são parques de estacionamento! Os passeios NÃO são parques de estacionamento! Os jardins NÃO são parques de estacionamento! Enquanto nada for feito para resolver estas situações, o Porto continuará a ser uma cidade desorganizada! Por mim, o trânsito era proibido de uma vez por todas no centro histórico (com excepção dos transportes públicos e veículos de cargas e descargas, em determinados horários). Entre as 9:00 e as 20:00 deveria ser condicionado o trânsito em ruas como a marginal entre a ponte D. Luis e o edíficio da alfândega. Zona da Torre dos Clérigos, Rua Formosa, 31 de Janeiro, etc, etc... HÁ TANTO MAIS QUE SE PODE DIZER, MAS DEIXO ISSO PARA OUTRAS ALTURAS..... Deixo aqui o meu repto: Sr. futuro-Presidente, seja você quem fôr, vai devolver o Porto aos portuenses? Criando assim condições para que mesmo quem nos visita se sinta mais seguro, numa cidade mais agradável, mais limpa, mais silenciosa? Sim, é possível criar uma harmonia excelente entre quem cá mora, quem cá trabalha e quem nos visita. Até porque não queremos que o turismo morra, mas sim cresça. E porque não tornar o Porto num exemplo? Que quem nos visita leve uma imagem não apenas de uma cidade com uma beleza e umas gentes fantásticas, mas também como um local que apetece visitar e até mesmo viver? Pensem nisso. Uma das coisas que sempre gostei de fazer foi ler. Nada me dá mais prazer do que pegar num livro e imergir na sua história, abstrair-me da realidade por momentos e sorver aquela história como se fizesse parte da minha vida por uns instantes. Uma das coisas que mais me custa quando começo a ler um livro, principalmente aqueles cuja história me cativa, é o facto deste terminar. Pousar o livro para continuar a ler mais tarde é algo difícil e por isso mesmo, devoro os livros em poucas horas. Ora, uma das vantagens de ser dono do meu próprio tempo é poder gerir o mesmo da forma como bem me apetece e quando se junta a isso o facto de estar sem internet por motivos de mudança de casa, então são muitas as horas agarradas às páginas. Por ter exactamente terminado de ler um livro que gostei bastante, decidi começar a partilhar sugestões de leitura. Já há muito tempo que não pegava num livro e o devorava rapidamente. Ao fazê-lo novamente, redescobri a paixão que tenho pela literatura. Há alguns meses atrás, por motivos profissionais que não me são permitidos divulgar, comprei um livro chamado Voo Fantasma, da autoria de Bear Grylls. O nome para alguns talvez remeta para a conhecida personagem do canal Discovery, responsável por vários programas sobre sobrevivência nos ambientes mais hostis e inóspitos do planeta. Quando vi o livro da sua autoria fiquei céptico. Não conhecia a sua vertente literária e fiquei surpreendido por saber que o mesmo autor tem já 22 livros seus, sendo este um dos poucos de ficção. Como habitual, li a capa traseira e a história pareceu-me interessante, assim como as opiniões. Dar-lhe uma oportunidade - e não me arrependi. Voo Fantasma é o primeiro de (para já) três livros publicados da série Will Jaeger (a personagem principal da obra, o "herói"). O livro é um misto entre um manual de sobrevivência (bem ao jeito de Bear Grylls) e constantes aventuras que misturam todo o tipo de perigos, desde animais selvagens, a forças da natureza, passando por tiroteios, misseis e toda uma panóplia de "desastres" possíveis. A história começa com Will preso numa localização remota em África, sendo vítima de tortura e a sua luta para fugir dessa realidade. Will é um militar, que após o desaparecimento misterioso da sua esposa e filho três anos antes, decide refugiar-se num local onde ninguém o consiga encontrar, dando aulas a uma pequena comunidade onde é acarinhado por toda a população. Mas a sua fuga da prisão está iminente e é desencadeada por um grupo de militares que prepara um golpe de estado naquele país, sendo no entanto responsável por levar Will de volta a Londres onde o espera uma proposta estranha e que poderá trazer resposta a questões que o atormentam há vários anos - liderar uma equipa de soldados altamente treinados, tal como ele, até à selva amazónica para recuperar um avião misterioso dos tempos da Segunda Guerra Mundial e o seu conteúdo altamente secreto e ainda desconhecido ligado ao Nazismo e ao destino de muitas das armas e altas individualidades deste perºiodo tão negra da história. É então que é iniciada uma verdadeira aventura onde sobreviver é a palavra de ordem. Desde animais perigosos e venenosos, a tribos isoladas, assim como uma "Força Negra" desconhecida que tenta a todo custo impedir esta missão, este é um livro que nos prende desde o início até ao fim e nos deixa com uma enorme vontade de devorar os seguintes.
Escrito com enorme detalhe e forte referência histórica, esta é sem dúvida uma leitura a não perder. |
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