Os tretas. |
Quem me conhece bem sabe - ODEIO redes sociais."Olha que giro" - podem pensar - "e está a utilizá-las! Hipócrita!" Ok, calma. Vamos lá tentar perceber. Eu não odeio o conceito de Rede Social, o que odeio é naquilo em que as redes sociais se tornaram e principalmente, nos tornaram! Hoje em dia, não ter Facebook é quase como ser um "desertor social", um marginal, alguém que vive à parte da sociedade. Não participar em redes sociais já faz com que ouçamos expressões como "Não pode ser. Toda a gente tem.", "Como consegues viver?", "Deves ser um pessoa muito solitário, só pode!". Mentira. As redes sociais é que nos tornaram solitários, sem saber como nos dirigirmos às pessoas. tornaram-nos egoístas, egocêntricos. Privaram-nos do nosso "espaço", tiraram-nos a nossa privacidade. e pior ainda, estamos a contribuir para que milhares de empresas ganhem rios de dinheiro às nossa custas e pior, damos autorização para tal! Já não vamos a casa do nosso amigo conversar, já nem sequer telefonamos para ouvir a sua voz e saber se este está bem. Não. Enviamos uma mensagem pela "face".... Ou então vamos ao seu perfil do "face" ver o que se passa com essa pessoa. "Olha, ele hoje estava a almoçar à beira-mar. Está tudo bem com ele." Mas esse nosso amigo foi almoçar à beira-mar por foi despedido dois dias antes e precisava de "desanuviar". Então postou essa foto, com uma frasezita lamechas qualquer para se distrair ou então receber alguns likes que o façam sentir melhor. Mas não teve o nosso apoio. Porquê? Porque não nos demos ao trabalho de falar diretamente com ele. Quantas das vezes, ou quantas são as pessoas que de facto expôem nas redes sociais a sua verdadeira condição? Colocam fotos daquele momento em que recebem uma conta para pagar e não conseguem porque o dinheiro está curto este mês? Não. Colocam fotos do telefone novo que compraram? Pode ter a certeza que sim. As redes sociais tornaram-se um antro de "pessoas excecionalmente bem na sua vida". Meus amigos, a realidade é bem diferente! Já para não falar da (falta) de privacidade. Eu gosto muito da minha. Em tempos, aderi ao Facebook e publicava com frequência até que cheguei a um ponto que pensei: "Mas afinal, porque tenho que ser eu a mostrar às pessoas como estou? Quem tiver interesse que venha ter comigo". Apaguei todas as fotos pessoas que tinha e há mais de um mês que nem sequer entro no meu perfil. Mantenho apenas um perfil secundário que é utilizado diariamente por motivos profissionais. Caso contrário, já nem existia. Não sei o que se passa na vida dos meus "amigos", mas sei o que se passa com os meus amigos (os amigos sem aspas). Hoje em dia, toda a gente é "amiga" de toda a gente. Mas sabem o que mais detestava? As "bocas" que as pessoas mandavam por vezes. Por exemplo: Na minha vida já passei por várias situações complicadas e isso por vezes obrigou-me a tomar decisões de não ir a determinado sítio, evento, etc. e eu fazia questão de dizer "não posso ir". Mas depois, por motivos profissionais tinha que me deslocar a outro país, vestir um fato ou uma roupa melhor e lá se acabava por tirar uma ou outra foto. A(s) outra(s) pessoa(s) que me acompanhava(m) lá publicavam no "face" e identificavam-me. Não tardava muito a alguém trazer o assunto à conversa "não podias ir comigo mas foste a tal sítio".... AARRRGGGGHHHH.. não há nada que mais deteste do que meterem-se na minha vida. Se o fiz foi por algum motivo. E seja qual for, é meu. Ninguém tem que me julgar. Prezo muito a privacidade. A Internet é uma excelente forma de interação com as mais variadas pessoas. As redes sociais podem ser excelentes locais para essa interação, mas limitem-se a partilhar ideias, pensamentos, uma ou outra publicação com amigos. Definam as vossas definições de privacidade para que apenas as pessoas que conhecem de facto e aquelas a quem querem mostrar a foto do vosso bebé ou da vossa festa possam aceder. Resguardem-se mais. Lembrem-se que para que gere as redes sociais, vocês são apenas números e que se transformam em $$$$$. Quando algo é grátis, vocês são o produto! Pensem nisso ;) Boa Páscoa! |